
O Brasil é um país majoritariamente cristão, o que acaba gerando, infelizmente, um ambiente propício à intolerância religiosa contra crenças minoritárias. Entre essas, o satanismo costuma ser alvo constante de ataques — muitas vezes motivados apenas pelo nome da religião. Isso ocorre por dois principais motivos: o preconceito enraizado e a falta de informação sobre sua filosofia.
Para muitos, o termo “satanismo” é automaticamente associado ao mal, à adoração de demônios ou à prática de rituais obscuros. Essa visão é alimentada por séculos de estigmatização promovida por tradições religiosas hegemônicas. No entanto, essa concepção está longe de representar a realidade de várias vertentes do satanismo moderno.
Existem correntes satanistas que não adoram figuras demoníacas, mas que utilizam o símbolo de Satanás como metáfora de resistência, questionamento e libertação das amarras dogmáticas. O satanismo contemporâneo, como o proposto pela Igreja de Satã ou pelo Templo Satânico, por exemplo, é mais uma filosofia de vida do que uma religião no sentido convencional. Nele, valores como o autoconhecimento, a liberdade individual, a responsabilidade e a busca por justiça social são centrais.
Ser satanista hoje é, para muitos, um ato de coragem, de afirmação identitária e de enfrentamento ao conservadorismo religioso. Convido você a estudar e refletir antes de julgar. O satanismo não se resume a demonolatria ou práticas ocultistas; ele representa, acima de tudo, uma forma de enxergar o mundo com espírito crítico, autonomia e, principalmente, respeito à diversidade.